sexta-feira, 10 de julho de 2015

Throwback Scotland: 2 years already! - 3rd part

Olá!

Falando um pouco mais sobre Edimburgo, hoje vou contar aqui um pouco sobre o St Andrew's day!

Detalhe:
Eu sei que a sequência cronológica mais óbvia seria falar primeiro sobre o St Andrew's day e depois obre o Hogmanay, mas acho que eu fiz essa sequência de três posts intuitivamente pensando na ordem dos dias que foram mais legais para mim.

Sobre o St Andrew's Day:

O dia 30/11 é o dia do padroeiro da Escócia: St Andrews. Pelo que eu vi, as pessoas comemoram esse dia com diversas atividades que a administração de cada cidade na Escócia organiza, sendo que várias atrações pagas (e geralmente caras) são liberadas gratuitamente no dia 30 ou no fim de semana mais próximo a esse dia. Alguns meses antes da data o site Visit Scotland (confira aqui) bem como sites de notícias, como a BBC, divulgam as atividades programadas para cada cidade e as atrações que serão liberadas, bem como os meios para se conseguir os ingressos para os eventos escolhidos.

Palace of Holyroodhouse


The Queens Gallery

No meu caso, eu optei por passar o final de semana do St Andrew's day em Edimburgo e visitar o Castelo de Edimburgo de graça! Todas as vezes que eu ia lá eu sempre deixava a visita para depois, já que é uma das atrações turísticas mais caras da cidade, então acabou sendo legar conhecer o castelo nesse dia. Além disso, várias outras atrações pagas estavam liberadas para o público, então eu aproveitei para ir ao Palace of Holyroodhouse, que é a casa ofical da Rainha na Escócia, e o The Queens Gallery, que é uma galeria ao lado do palácio da rainha, além de fazer alguns outros passeios ao ar livre.

Já dentro do castelo :)

Vista de um lado da cidade




Vista do outro lado


Aprontando! :p


Coisa mais linda do mundo! <3


Detalhe: Aliás, nada melhor do que os passeios ao ar livre em Edimburgo! Mas na sequência desses posts sobre Edimburgo vou contar um pouco mais sobre as atividades ao ar livre nessa cidade linda! <3

Apesar de todos os lugares estarem super cheios nesses dias (inclusive com algumas partes do castelo fechadas, devido ao grande número de pessoas), acho que vale bastante a pena financeiramente, pois essas atrações são muito caras. Eu acabei optando por passar o final de semana em Edimburgo, mas uma outra possibilidade seria passar o dia seguinte em outra cidade e visitar coisas diferentes! :)

Para quem não tem a oportunidade de ir à Edimburgo nesse dia, acho a visita ao castelo uma atração paga que realmente vale a pena em Edimburgo (as outras que eu comentei são interessantes, mas eu não teria ido se não fosse pela gratuidade do St Andrew's day. É um castelo com estilo bem diferente dos da Inglaterra, além de ter uma vista da cidade muito maravilhosa!

Detalhe: como o dia 30/11 já é bem perto do Natal, a Feira de Natal que fica no centro de Edimburgo já está montada nessa época!!! E se tem uma coisa que me fez feliz em novembro e dezembro na Europa foi passear e comer nas feirinhas de Natal! Fica tudo lindo, mágico e envolvente (porque eu amo Natal, eu amo luzes Natalinas e eu amo Edimburgo), além de as comidas e bebidas serem super baratas e deliciosas! Particularmente, a Feira de Natal em Edimburgo é muito boa (só perde para a de Belfast hehe).

Indo para feira de Natal

Mais uma vez, as fotos lindas são da namorado lindo também! :)





Abraços!

terça-feira, 30 de junho de 2015

Throwback Scotland: 2 years already! - 2nd part

Oi oi!!

Dando continuidade a sequência de posts sobre Edimburgo, hoje vou contar um pouco sobre a minha experiência com o Ano novo em Edimburgo, o famoso Hogmanay! :)


Sobre o Hogmanay

Essa foi uma das coisas mais lindas e emocionantes que me aconteceu na Escócia, simplesmente porque tudo fica mais lindo e mágico no ano novo! Apesar de ser muito frio, o evento vale muito a pena.

Todo ano o site do Hogmanay (confere aqui o último) atualiza as informações do evento, que possui mini eventos distribuídos em mais ou menos três dias de festa. Pelo que eu vi, os eventos costumam mudar um pouco a cada ano, mas os principais se mantém os mesmos sempre. No ano em que eu fui (2013/2014), eu comprei tickets para:

Torchlight procession, que é muito, muito legal mesmo! Na verdade foi o que eu mais gostei. É basicamente uma procissão super tradicional (pelo que eu entendi, desde os vikings isso acontece, num ritual antigo) com tochas de fogo. Sim, eu fiz uma procissão com uma tocha de fogo! Hahaha. Tudo é super organizado, basta chegar no horário, entrar nas filas para receber as tochas e depois ir andando. A procissão atravessa a cidade chegando até a topo do Calton Hill, que fica lindamente iluminado, além da fogueirona ao lado dele. Na virada do dia 30 para o dia 31 de dezembro, quando a procissão acaba, existe uma queima de fogos por trás do Calton Hill, com umas luzes coloridas mara e música acompanhando! Foi demais! Eu quase congelei os pés naquela terra molhada, mas foi demais!

Todas as fotos são do Davi! Já deu pra perceber que eu fico preguiçosa com fotos quando estou com ele. Hehe










Candlelit concert na St Gile's Cathedral já no dia 31/12 foi uma atividade mais tranquila, havia um público um pouco mais velho, mas eu achei muito lindo! Foi um concerto de música clássica dentro da St Giles (uma igreja bem famosa no meio da old town), com o ambiente ainda natalino. Foi muito bonito e emocionante! :)

Essa é a St Giles! 





Street Party, na virada, em que várias ruas da old town são fechadas, com alguns palcos com bandas se apresentando em locais diferentes. Com este evento, é possível ver a queima de fogos que sai por trás do castelo mais de perto, bem como a queima de fogos do Calton Hill (eu escolhi a primeira opção!) de modo mais confortável em relação a quem não comprou ingressos.





Telão com a contagem regressiva!



Os fogos que também estavam acontecendo no Calton Hill






Durante o dia eu não fiz muita coisa, porque choveu muito e estava bem frio, além de eu já ter visto as principais coisas da cidade antes disso.

Detalhe sobre o Hogmanay: se programe com meses de antecedência, porque as hospedagens ficam as mais caras do ano e simplesmente ACABAM! Além disso, os próprios tickets do evento costumam acabar. Fica complicado comer em qualquer lugar, então é sempre bom ter uma segunda opcção. Por fim, a festa de rua acaba cedo e as pessoas ficam bebendo e dançando na rua depois da virada. Se você pensa em uma balada, pub ou um restaurante depois disso, apenas com reserva antecipada.

Outro detalhe, porém estranho: eu estava super-hiper-mega empolgada com o Hogmanay, porque pelo que eu tinha pesquisado, o reveillon em Edimburgo é um dos mais animados e bonitos da Europa! Todos os outros lugares pareciam meio desanimados e realmente várias pessoas de diferentes lugares me confirmaram isso depois. Porém o fato de o Hogmanay ser o mais badalado, longo (3 dias de festa!), animado, colorido e blá blá blá, quem está acostumado com 20-30 minutos de queima de fogos sincronizados com música em Copacabana se decepciona um pouco. Obviamente que o contexto todo foi mara demais, eu amei! Mas a virada em si teve 5 minutos de queima de fogos e foi isso. Depois só tinha gente bêbada na rua mesmo. Eu acabei gostando mais do dia 30 do que do dia 31 em si.

Acho que para quem quer conhecer um coisa diferente, vale muito a pena! Porém, acho melhor não criar muitas expectativas e ir de coração aberto para curtir algo totalmente diferente do que estamos acostumados. :)

Abraços!

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Throwback Scotland: 2 years already! - 1st part

Nem parece mas no dia 23/06 se foram dois anos em que eu parti para Escócia para viver os quase 1 ano e 3 meses que chamei de os melhores até agora! :)

Não tem como esquecer o dia que eu desembarquei em Edimburgo e peguei um double-decker bus vermelho que estava tocando uma música em gaita de fole e me deixou no centro da minha cidade preferida: Edinburgh. Acho que aquele sentimento gostoso que me ocorreu naquele momento me dizendo que realmente aquilo estava acontecendo nunca mais vai sair da minha memória!

Por conta disso resolvi fazer uma sequência de posts com um apanhado de coisas que pude visitar em todas as vezes que fui à Edimburgo! Sim talvez você esteja pensando "mas ela não morou em Dundee?". Sim, mas eu já postei aqui tantas vezes e tantas coisas diferentes sobre Dundee, que preferi postar sobre a cidade mais linda da Escócia dessa vez!

Foram tantas vezes que eu fui à Edimburgo que eu nem vou contar o que eu fiz eu cada uma delas, porque eu vou acabar ficando confusa. Então vou comentar sobre as vezes em que fui para alguns eventos específicos. Além disso, vou fazer alguns posts sobre outras coisinhas mais:

- os dois Festivais Internacionais de verão (agosto de 2013 e agosto de 2014), nos quais eu fui ao Royal Edinburgh Military Tattoo assistir a um dia de apresentação nas duas vezes;
- o Hogmanay, que é a comemoração do ano novo!
- e o St Andrew's day, dia 30/11, que é o dia do padroeiro escocês.
- Atrações legais e lugares para visitar
- Lugares para ficar
- Lugares para comer, beber e sair

Bem, então vamos lá para o primeiro post da sequência!

Sobre o Festival Internacional de Verão

Bem, na verdade não existe um único festival de verão que acontece todos os anos em Edimburgo. O que de fato acontece é uma grande reunião de festivais em um único período do ano que eles chamam de Festival Internacional de Verão (confira aqui o site de 2015!), que pega o mês de agosto de todo, sendo que alguns eventos já começam em julho mesmo. Existem atividades todos os dias, em vários horários do dia, sendo que muitas delas são de graça!


Todas as fotos dessa segunda vez são créditos do namorado ;)







As mais badaladas geralmente são pagas, como é o caso do Royal Edinburgh Military Tattoo (confira aqui), que é a apresentação de bandas militares, com música e danças super coreografadas. São várias apresentações curtas em um mesmo dia, sendo que elas são diferentes de um dia para o outro e com temas diversos, geralmente falando sobre um país ou uma cultura diferente. É tudo muito bonito, com luzes coloridas e temáticas sob o castelo de Edimburgo (que fica de pano de fundo das apresentações) e fogos. O final é sempre muito emocionante e dá muita vontade de chorar (eu chorei, eu confesso! hehe).

Detalhes sobre o Military tattoo: a apresentação acaba bem tarde, quase na hora que passa o último trem e o último ônibus saindo de Edimburgo para qualquer outra cidade. Você pode dormir lá ou sair correndo loucamente como eu fiz nas duas vezes! Hahaha. Na primeira vez eu esperei acabar e botei todos os bofes para fora quando tive que correr até a bus station. Já na segunda vez, como eu sabia o que acontece no final da apresentação (mas não vou contar aqui! Rá!), eu saí 5 minutos antes, porque aí não tinha nenhuma pessoa andando na rua, exceto os militares maras e as dançarinas lindas, aí corri também que nem louca para a estação de trem, que é um pouco mais perto (cheguei lá com a porta quase fechando!). Não recomendo essas aventuras se você não conhecer a cidade direitinho e também não tiver disposição. Porém, dormir em Edimburgo em dias de eventos importantes como esse sai muito caro em qualquer tipo de hospedagem...

Outro detalhe mais legal: é possível comprar os ingressos pela metade do preço nos dias em que a BBC esta gravando o evento, porque os câmeras e os fotógrafos podem ficar correndo no meio da apresentação. Na primeira vez eu fui no evento normal e na segunda vez usei este artifício). Perde um pouquinho a beleza e a sincronia dos artistas, mas vale a pena se você está querendo economizar. Ah! Os ingressos acabam muuuuuito rápido com ou sem BBC gravando! Tem que comprar bem antes do dia do evento, o que pode ser feito pelo próprio site dele, com um limite de ingressos por pessoa (não me lembro se 8 ou algo assim).

Além do Military Tattoo, existem muitas peças de teatro, porque teoricamente a comédia escocesa é muito boa. Nesse quesito teatro, o Fringe é bastante famoso, porém eu não tenho muito o que comentar pois eu não quis me aventurar nessa área. Eu imaginei que talvez eu não fosse entender muito o humor deles, muito menos o que eles estavam falando. Já acho stand up brasileiro rápido, imagina o escocês. O teatro Lyceum é também um teatro bem famoso, com muitas peças nessa época do ano.

Além do teatro, existem apresentações diversas, principalmente dança, ópera e orquestra, em vários locais e atividades de leitura/livros, e geralmente alguns locais abrem as portas para visitação gratuita. Confira aqui as principais atividades.

Existe o site geral do festival de cada ano, bem como cada tipo de evento mais consagrado tem o seu próprio site, que inclui a programação completa, possibilidade de comprar os bilhetes antecipadamente e outras informações. Confira os links de cada parágrafo anterior e explore o site principal do Festival Internacional de Verão. Para mim foram duas idas maravilhosas à Edimburgo, porque além de a cidade ficar linda no verão (apesar de ter chovido na segunda vez), muitos artistas de rua fazem apresentações gratuitas, além de ter muitos turistas e as ruas ficarem bem cheias. No final cansa um pouco, mas é legal ver a cidade tão diferente assim!

Bem, eu já havia feito um post sobre a minha primeira ida ao Royal Edinburgh Military Tattoo, (confere aqui), mas espero que esse post tenha complementado. Ele também matou um pouquinho da minha saudade de Edimburgo. Nos próximos dias continuarei postando sobre a cidade mais linda de todas! :)

domingo, 26 de abril de 2015

Burberry Acoustic Playlist - saudades do UK




Apesar de eu ter feito uma playlist no Spotify com muitas das músicas que eu passei bastante tempo escutando enquanto eu estava vivendo no UK, eu nunca me canso de escutar essa playlist da Burberry.

Minha playlist está super desorganizada e eclética demais, já que meu único critério para adicionar as músicas era "ouvi muitas vezes e me lembra algum bom momento". Portanto vou deixar para compartilhá-la quando ela estiver mais organizada. Hehe

Mas voltando à playlist da Burberry, eu descobri por coincidência vendo um comercial no youtube em julho do ano passado, se não me engano. Comecei a ouvir sem parar e a me apaixonar por vários artistas que tocam alguma música para ela, como The Crookes, Misty Miller e Absynthe Minded.

Pena que como as gravações são feitas com exclusividade para Burberry, muitas das músicas eu não encontro no Spotify, ou encontro mas em uma versão diferente.

De qualquer forma, como eu gosto muito e estou saudosa esses dias, vou compartilhar aqui. Aliás, por mais incrível que isso me pareça, até hoje recebo e-mails e mensagens no Facebook com perguntas sobre o intercâmbio, o blog e etc! Muito amor! :)

Beijos!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

"E aí? Valeu a pena?"

Essa é a pergunto que eu mais tenho escutado desde que cheguei em casa no dia 22 de agosto. A resposta, que talvez seja óbvia para alguns mas não tão obvia para outros, com certeza não deixaria de ser claro que valeu!!!

Já que é assim, nada mais justo do que falar um pouco sobre isso, principalmente porque muita gente que também estuda medicina no Brasil sempre veio falar comigo sobre participar ou não do CsF e, obviamente, essas conversas se tornaram bem mais frequentes agora que eu já concluí o intercâmbio. Obviamente, tudo que eu falo aqui é a minha opinião sobre a minha experiência e talvez sirva de alguma coisa para a galera da medicina que sempre vem conversar comigo sobre isso cheio de dúvidas na cabeça. Aliás, tem um post sobre essa questão da medicina e o CsF logo do início de tudo e você pode conferir aqui.

No geral eu posso dizer que esse intercâmbio teve muitos pontos positivos e, como tudo nessa vida, alguns pontos que poderiam ter sido melhores. Eu digo 'ter sido melhor' porque na minha vida eu tento sempre ver que nada acontece por acaso e tudo tem uma razão de ser, o que sempre me faz aprender e crescer como pessoa. Ou seja, mesmo as coisas que não me agradam tanto me fazem pensar que eu posso aprender algo com elas (principalmente aprender a lidar com elas) e no fim de tudo, vale a pena a experiência. Pode parecer besteira para alguns, mas para mim faz a vida ser mais leve e é uma questão de personalidade e de espiritualidade e faz todo o sentido para mim.

Eu virei a página da língua inglesa na minha vida. Eu também já falei sobre isso em alguns outros posts, mas não me canso de pensar o quanto isso valeu a pena para mim. Valeu a pena por causa do PSE. Valeu a pena porque eu tive aulas, estudei, escrevi trabalhos, apresentei trabalhos, fiz provas e tive relacionamentos profissionais (além dos pessoais) em inglês na área científica. Eu me sinto muito feliz por pegar qualquer texto e qualquer livro e simplesmente ler na mesma velocidade que eu leio em português (claro que eu busco por palavras que não conheço, pois assim continuo aprendendo e isso é normal em qualquer segunda língua). Isso tudo sem contar todas as coisas que eu tive que superar, lidar e fazer sozinha em inglês. Valeu a pena porque eu sempre fui bastante independente, resolvida e decidida e não houve barreira linguística alguma que me fizesse deixar de ser como eu sou, então eu me considero bastante realizada neste sentido. Desde o primeiro atendente de aeroporto que falava em inglês com sotaque alemão que foi minha primeira dificuldade de comunicação até eu poder fazer qualquer coisa em qualquer lugar sem sentir dificuldade alguma com a língua, muita coisa mudou e foi muito positivo para mim!

Eu aprendi muita coisa nesses exatos um ano e dois meses que estive morando fora de casa. Agreguei bastante à minha bagagem acadêmica, tanto pelas matérias cursadas durante o ano letivo, com coisas que eu já havia estudado e com coisas novas, quanto pela experiência do summer project. Eu não vou me repetir e você pode conferir sobre essas duas experiências, explicadinhas com bastante detalhes, nos links com posts recentes em que já falei sobre elas. :)

É obvio que teria sido muito mais proveitoso se eu tivesse cursado matérias exclusivas do ciclo clínico da faculdade de medicina na Uni of Dundee (momento pelo qual estou passando aqui no meu quarto ano na UERJ) e esse é um ponto que poderia ter feito da experiência algo mais interessante academicamente. Mas eu também já conversei aqui sobre a burocracia que envolve estar em uma faculdade de medicina no exterior (da mesma forma acontece com estudantes que vem estudar no Brasil). Confesso que invejei um pouquinho o pessoal que estudou medicina em Budapeste pelo CsF, mas isso não fez da minha experiência nem um pouco menor ou pior, pelo menos para mim. Considero que eu fiz o que pude fazer e tentei tirar o melhor disso tudo!

Detalhe: não sei ao certo a quantas anda isso, mas aqueles países que aceitavam estudantes de medicina estudando nas faculdades de medicina deles não farão mais isso a partir do próximo edital. Parece que o último que aceitou isso foi o da galera que partiu agora em agosto de 2014. Isso foi o que meus colegas me disseram e eu não tenho certeza, mas para quem só se interessaria nessas condições, vale a pena dar uma checada. :)

Claro que como parte de um intercâmbio, foi muito bom ter tido a oportunidade de conhecer lugares diferentes, alguns que eu sempre quis estar, outros que eu nem imaginava que conheceria tão cedo. Isso porque conhecer um lugar novo significa também conhecer um pouco da história do povo, da cultura e da forma de ver o mundo das pessoas que estão lá e eu acho que perceber isso e tirar um pouquinho de cada canto para minha vida me fez crescer bastante. Eu tive a oportunidade de viajar duas vezes nas férias de um mês durante o inverno (6 dias na Irlanda e outros 12 dias na Inglaterra), uma vez na Easter break (um recesso de Páscoa bem maior do que estamos acostumados, o meu foi de um 40 dias, do qual eu usei 21 para conhecer Amsterdam, Berlim, Roma e Barcelona) e uma vez no verão (foram duas semanas de recesso do meu summer project, que durou 3 meses, usadas para conhecer alguns lugares na Polônia, outros na Croácia, Praga e Budapeste), fora todos os lugares que fui conhecendo na Escócia ao longo do ano, porque tudo era relativamente perto (para quem tem como referência o Brasil, qualquer coisa é muito perto!) e um fim de semana sempre foi bastante tempo. Administrando bem o dinheiro que recebemos e usando um pouco dos recessos que temos dá para conhecer bastante coisa e aprender muito com isso tudo! :)

Eu conheci muita gente diferente, de vários lugares diferentes e foi muito bom morar em Dundee nesse sentido. Isso porque a Uni of Dundee recebe muitos estudantes internacionais, então conheci gente de tudo quanto é canto! O tempo que estive no laboratório então foi muito sensacional nesse sentido! Além da faculdade, tive a oportunidade de conhecer pessoas em atividades diversas, desde a academia até as viagens que fiz, e esses contatos agregaram muita coisa boa em minha vida. Todas essas pessoas e também meus momentos de independência/solidão (não no sentido negativo da palavra, mas no sentido de "agora é só com você") me ensinaram muito, muito mesmo, sobre a vida, principalmente as minhas flatmates. Porque nada como dividir o mesmo espaço para aprender a dividir o mesmo espaço e [tentar] ser mais agradável e fazer desse espaço mais harmonioso. Meninas, vocês foram essenciais para mim!

Eu também aprendi com todas essas pessoas (desde a pessoa de um hostel aleatório que me contou a história de vida dela até pessoas que eu via todos os dias) a ver muitas coisas por ângulos diferentes, eu mudei hábitos, eu aprendi a experimentar mais e a viver mais com todas elas. Eu também aprendi muito a dividir, a ser mais calma e paciente, a ser mais solidária e aceitar a solidariedade gratuita e fofa dos outros (acredite, a vida parece mais simples agora), a ouvir mais (apesar de já ouvir bastate... acho que vou virar um orelhão daqui a pouco). Eu também consegui, não sei como mas consegui, a relaxar e ser menos paranóica, apesar de continuar organizada. Isso sempre foi uma coisa que me deixava doente da vida, porque eu sempre tive dificuldade de mudar o modo como eu faço as coisas no meio do caminho e, se eu começava de um jeito parecia que eu tinha que terminar daquele jeito. Isso sempre foi muito ruim, porque eu me via em situações que parecia que não daria para voltar atrás e hoje em dia eu vejo que as coisas não precisam ser assim.

Além disso tudo, esse tempo fora me fez ver que algumas coisas são mais importantes que outras nessa vida. Eu aprendi, por exemplo, a não dar mais tanto valor às coisas materiais porque, na boa, não interessa a ninguém mais além de mim mesma se eu vou usar a mesma roupa ou sapato duzentas vezes se eu to feliz assim, não me interessa mais a opinião alheia nesse sentido. Além disso, reforcei muito para mim mesma a idéia de não julgar vida alheia, porque eu não quero que julguem a minha.

Por fim, esse tempo fora me fez dar muito mais valor às pessoas que eu amo e que me amam, que gostam de mim do jeito que eu sou sem tirar nem por, em particular a minha família e o meu namorado, mas também os meus amigos. Ficar longe de todos eles, por pouco tempo ou por muito tempo, dependendo de quem eu esteja falando, me fez valorizar mais ainda o amor deles que eles tem por mim e que eu tenho por eles. Vocês são meu tudo e o que importa de verdade!

Então valeu muito a pena, pessoal!





sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Summer Project



Olá pessoas!

Hoje faltam exatamente 13 dias para eu pegar meu voo para o Brasil!!! =O

Além disso, faltam exatos 22 dias para meu aniversário! Me lembro dessa mesma época do ano ano passado, quando eu estava ansiosa para acabar o PSE, fazer aniversário na Escócia, começar as aulas do ano letivo e ver o Davi! Um monte de coisas prestes a acontecer tão pertinho uma da outra!

Dessa vez estou um pouco ansiosa também para voltar para o Brasil, voltar às aulas da faculdade, rever minha família e amigos e também fazer aniversário, o que eu adoro! Tudo bem que eu já to ficando meio velha, mas enfim. :p

Hoje também foi um dia importante nessa etapa de encerramentos e recomeços, pois foi o meu último dia de summer project! Pois é, desde que eu recebi o e-mail falando para eu me encontrar com a coordenadora da Neuroscience para conversar sobre o meu summer project que eu fico pensando em fazer um post bacana sobre isso, mas eu sempre pensava "qual a lógica de fazer isso agora?". Parei para ver que talvez fosse ser mais interessante falar sobre todo o processo de uma vez.

Cada universidade organiza essa questão do summer project para os alunos do CSF de uma forma particular e, além disso, os departamentos dentro das unis também podem variar na forma como eles distribuem e cobram os alunos em relação a isso. Por fim, os próprios coordenadores dos departamentos que recebem os alunos tem condutas diferentes. Hahaha. Ou seja,  a questão do estágio no verão varia muuuito. Isso é uma pena, pois acredito que este momento poderia ser muito mais proveitoso para vários alunos que eu vi passarem por projetos que não forem lá grande coisa, ao passo que outros tiveram estágios maravilhosos. Por conta dessas variações todas, vou contar um pouco da minha experiência.

Aqui na Uni of Dundee o departamento de Life Sciences é muito renomado e influente, sendo o de Neuroscience bastante importante nesse meio, bem como os pesquisadores e professores que nele trabalham. Acredito que isso influencie um pouco o fato de eles serem um dos mais organizados que vi aqui na Uni em relação à oferta de summer project para os alunos do CSF.

No dia 28 de janeiro (!) eu recebi um e-mail do departamento de Neuroscience me pedindo para escolher em ordem de preferência os projetos que me interessavam, dentre quatro disponíveis. Como nós éramos quatro alunos neste curso, cada um foi alocado em um dos projetos, sendo o critério de escolha a preferência dos alunos e as notas dos mesmos. Felizmente, eu fiquei no projeto que eu escolhi como primeira opção! :)

Depois disso, nós fomos chamados para uma reunião com a coordenadora da Neuroscience, que explicou como os projetos funcionariam e nos passou quem seriam nossos orientadores. Alguns dias depois eu fui apresentada à minha orientadora e nós combinamos a data que eu começaria o meu projeto, que foi no dia 13 de maio. Nesse meio tempo eu apenas continuei com minhas atividades normais da faculdade, viajei, voltei e comecei o projeto.

A minha orientadora e os alunos de PhD que estão lá no lab estão pesquisando sobre doença de Alzheimer e a influência hormonal e de algumas drogas na progressão desta doença. A maioria dos estudantes estão avaliando a influência da leptina e/ou seus fragmentos e do estrogênio na transmissão sináptica de células hipocampais de camundongos. Eles fazem isso por meio de eletrofisiologia e imunofluorescência.

No meu caso, eu estava testando a influência de algumas drogas antagonistas e agonistas dos receptores de estrogênio nessas células fazendo imagens de imunofluorescência. Basicamente, eu passei o verão fazendo imagens de células piramidais hipocampais para ver o quão "brilhantes" elas estavam normalmente, sob a influência dessas diferentes drogas, sob a influência de amilóide beta e de uma combinacão das drogas separadamente com amilóide beta. Essa amilóide beta está intimamente ligada ao desenvolvimento da doença de Alzheimer, pois ela forma placas amilóides, que são encontradas em pacientes com esta doença. Ah, e o "brilho" das imagens me mostrava o quanto essas variáveis influenciam a atividade de receptores específicos sendo internalizados, ou seja, a influência delas na transmissão sináptica. :)

Falando assim parece bem simples e bacana, mas na verdade eu tive muito trabalho e consegui poucos resultados, os quais não trouxeram nenhuma informação nova relevante para o tema. É triste, mas isso é ciência! Haha! No início eu estava meio perdida, mas depois eu descobri que apenas uma aluna de PhD até agora havia feito experimentos com as mesmas drogas que eu estava testando. Ou seja, pouco inovador e desafiador. ¬¬

Bem, o tempo acabou sendo curto para a ambição do projeto, mas eu aprendi muuuuita coisa, tanto teórica, quanto prática. Além disso, eu também tive muita independência no lab desde a primeira semana, o que sempre significou muita responsabilidade também. Na primeira semana a PhD que me supervisionava me ensinou tudo que eu precisava saber para fazer meus experimentos, minhas imagens, meus gráficos e a análise estatística deles. Depois disso eu fui fazendo tudo sozinha, mas ela estava por lá na maior parte do tempo, caso eu precisasse de algo ou fizesse besteira. Aliás, ela me ensinou muita coisa e foi um anjinho que apareceu no meu caminho! <3

Esse período foi muito bom para mim, eu aprendi milhões de coisas que eu nunca tinha aprendido em mais de dois anos de iniciação científica no Brasil e, de fato, coloquei a mão na massa. É um pouco frustrante não ter tido resultados que pudessem gerar uma publicação, mas eu fico feliz por ter aprendido tudo que aprendi. Tenho certeza que a experiência vai valer para o dia que eu quiser começar um mestrado, doutorado ou algo assim. :)

Algumas das lâminas de imuno que eu fiz agora no finalzinho.
   


O microscópio confocal em que eu visualizava as lâminas e produzia as imagens de imuno.



Com as imagens criadas, eu produzia gráficos com informações sobre o "brilho" relativo que eu comentei e então fazia a análise estatística desses gráficos. 



A única crítica que eu deixo, e também sugestão para os que forem estudar na Uni of Dundee pelo CSF vem agora. No quarto ano os alunos daqui podem fazer um projeto que dura todo um semestre e ele ocorre como um módulo integral; os alunos tem orientação frequente e tempo de prática; com isso eles tem mais tempo para produzir e, consequentemente, apresentar posters e publicar. Porém, os alunos do CSF não são alocados no quarto ano daqui, mesmo tendo experiência de lab, muitas matérias cursadas no Brasil e tudo mais! Ou seja, é uma coisa que se fosse diferente, poderia acrescentar muito mais aos intercambistas. Minha sugestão para esses novos alunos (que estejam de fato interessados) é: pentelhem ao máximo seus coordenadores aqui para eles serem mais flexíveis, se informem sobre os módulos disponíveis (na secretaria do Life Sciences) para vocês na Freshers e antes de primeira semana de aulas, mostrem o desejo de algo mais prático! Aqui tudo veio meio que "pré-moldado" para os alunos do CSF, sendo que na verdade a gente poderia ter feito muito mais. Eu pelo menos fui bastante elogiada pela minha supervisora (o que me deixou muito feliz! \o/ ) e tenho certeza que eu teria aproveitado mais estando no quarto ano e fazendo algo assim ao invés de ter ficado assistindo às aulas que eu assisti. Além disso, ao longo do ano acadêmico, existem vários congressos e encontros científicos que possibilitariam apresentações de banners, por exemplo. A minha orientadora me convidou para ir apresentar meu projeto na University of Glasgow, mas eu já não estarei mais aqui... ¬¬   Ou seja, vamos batalhar para fazer o intercâmbio valer mais a pena, galera!

Acho que é basicamente isso que eu tenho para contar sobre o meu summer project.

Abraços e até logo! :)


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Módulos de Neuroscience e um pouco sobre o Life Sciences

Olá pessoal!

Tem bastante coisa acontecendo no meu verão e já está super pertinho de eu voltar para casa! Na verdade ainda não sei se estou triste ou feliz com isso. Acho que estou em um meio termo saudável! Hehehe.

Fico triste por deixar uma parte da minha vida que tem sido tão legal e sei que ficarei muito saudosa por não ter tudo que tenho tido e tenho vivido aqui quando eu voltar para o Brasil. Apesar de amar o que eu estudo no Brasil, minha Universidade, família e amigos, sei que a realidade será dura na volta. Além disso, aprendi a tirar muitos preconceitos e hábitos da minha vida que sempre foram presentes, mas sei que lidarei com eles de novo quando voltar. Seja pelo ambiente, pelas pessoas e por mim mesma naquele meio. Isso me cansa um pouco só de pensar, mas tudo bem. Acho que a minha meta pessoal agora é tentar manter o que eu consegui mudar e aprender aqui, agregar essas pequenas coisas definitivamente ao meu caráter e forma de ser, independente do que está ao meu redor. Vamos ver no que dá! :)

De qualquer forma, continuarei mantendo a promessa de postar as principais coisas que costumam me perguntar aqui no blog sobre o CSF, sobre a Uni of Dundee e sobre o curso de Neuroscience. Sendo assim, hoje vou falar um pouco sobre meu curso, o ano que me encaixei aqui e sobre os módulos que cursei. Depois dessas coisas, conto mais sobre as coisas bacanas e viagens que fiz! ;)

Como já falei bastante por aqui, faço Medicina no Brasil e vim estudar Neuroscience aqui na University of Dundee. Quando optei pelo curso, tentei buscar algo que se aprofundasse de alguma forma em uma área da medicina, por isso pensavam em Public Health, Pharmacology ou Neuroscience.

A maioria dos alunos que vem pelo CSF originalmente de um curso da saúde são alocados no terceiro ano na Uni of Dundee. Acredito que eles veem no nosso histórico que já vimos muitas das matérias básicas no Brasil, então não nos diferenciam muito entre os anos daqui. Ou seja, bem pouco provável ficar no quarto ano. Já o pessoal da engenharia costuma ficar no quarto ano, porque mesmo estando no terceiro ano no Brasil, a maioria já viu muitas matérias do quarto ano aqui.

No quarto ano dos cursos do Life Sciences o pessoal tem um módulo que dura um semestre todo de projeto prático mesmo, por isso acho que evitam nos colocar neste ano. É uma pena, porque seria muito mais legal estar "colocando a mão na massa" por um semestre todo ao invés de fazer isso apenas no Summer Project (que logo logo falo dele!). Teria sido muito mais proveitoso do que assistir às aulas convencionais, pelo menos é o que eu acho!

Estando no terceiro ano daqui e em um curso específico, o aluno tem que cursas duas matérias obrigatórias daquele curso por semestre e algumas optativas. No caso do curso de Neuroscience e o de Pharmacology, as obrigatórias do primeiro semestre são Neurophysiology e Molecular Pharmacology no primeiro semestre e Neuropharmacology, Systems Pharmacology 1, Systems Pharmacology 2 no segundo semestre. Eu escolhi de optativas matérias de fisiologia, que foram Endocrine control of body homeostasis no primeiro semestre e Respiratory & Renal Physiology e Gastrointestinal Physiology and Nutrition no segundo semestre.

Sobre os outros cursos do Life Sciences com alguma vertente da medicina, aqui estão os módulos obrigatórios e optativos e o respectivo semestre em a que disciplina está disponível:







Cada módulo dura 10 semanas e ocorrem de dois em dois mais ou menos (a não ser que você pegue uma terceira optativa). Ao final de cada módulo fazemos uma prova de múltipla escolha que costuma pesar cerca de 20% da nota final. Ao final do semestre fazemos todos os degree exams (que são as provas discursivas deles), que costumam pesar 60% da nota final. Ao longo dos módulos temos aulas práticas e workshops, que geram trabalhos a serem entregues, valendo os 20% de notas que resta. A presença costuma ser obrigatória nestas atividades, mas nas aulas teóricas varia de disciplina para disciplina. As práticas sempre geram practical reports para serem entregues e os workshops costumam variar entre worksheets com questões para entregar depois, a testes na hora da atividade ou exames on-line com um deadline para serem respondidos. Algumas matérias também incluíram essays para serem entregues com algumas opções de tema a serem discorridos. Eu achei esses trabalhos a melhor parte, pois adorei praticar minha escrita formal em formato de paper em inglês com essas atividades.

Os exames de múltipla escolha costumam ser mais tranquilos, apesar da decoreba bizarra, ao passo que os discursivos são mais complexos, com questões estilo essay. Isso quer dizer: provas com 2 a 6 questões gigantes para serem respondidas em muitas linhas, nas quais você deve ser sempre muito específico nos assuntos e, se possível, fazer esquemas, diagramas etc. Ou seja, meio complicado, mas nada impossível para quem costuma fazer questões discursivas em suas provas no Brasil.

Detalhe: Muita coisa é on-line!!! O Site da Uni é muito bom, o aluno on-line perfeito (com app para ipad!), as aulas e materiais extras costumam estar disponíveis antes mesmo das aulas para os alunos acompanharem durante as mesmas (enquanto no Brasil temos que implorar por isso muitas vezes...) e as provas costumam ser digitadas ao invés de escritas à mão (o que dá um nervoso porque fica um barulho surreal de digitação na hora e o cronômetro do computador fica mostrando o tempo e, caso você não termine, ele envia o exame do jeito que estava quando o tempo acaba. Hahaha) 

Acho que é basicamente isso que tenho a dizer do curso! :)

No próximo post conto para vocês como foi meu Summer Project, pois ele acabará esta semana!

Beijo e até breve!